Aos 27 anos de idade, o curitibano Mario De Mari Neto realizou um sonho de milhões de pessoas: dar a volta ao mundo. E o melhor, com o skate no pé. O administrador de empresas largou o emprego em uma petrolífera, vendeu o carro, colocou o mochilão nas costas e partiu em uma trip que viria a durar um ano e algumas semanas.
Em 2009 ele já havia feito algo parecido. Passou quatro meses viajando pelo sudeste asiático. Uma outra trip para o México, há dois anos, também o motivou a largar tudo e conhecer o resto do mundo.
Foram mais de 30 países visitados pelos cinco continentes. Um deles, o Nepal, marcou sua jornada. Localizado no centro da Ásia, o país é famoso por abrigar o Monte Everest, pico mais alto da terra. Embora seja uma nação muito pobre, é uma região turística e rica culturalmente. Entretanto, está longe de ser o paraíso do skate.
Na busca por um lugar para andar, Mario foi à única loja do país que trabalha com skate, onde conheceu os poucos skatistas de lá.
Cheguei lá e perguntei se tinha alguma skatista no país e o vendedor ligou na hora para um local, o Ujwal. Ele veio até a loja é ficou impressionado que eu era um skatista do Brasil! Ele contou para os amigos e os skatistas nepaleses decidiram fazer um dia do skate especial por isso!
O brasileiro ficou amigo dos locais. Virou até uma espécie de professor sobre o carrinho:
Hoje em dia, os skatistas que estão começando a andar e já escutaram falar de mim me adicionam no Facebook para trocar ideia, me perguntam como dar uma certa manobra...
Os dias que Mario passou no país renderam um documentário, chamadoSkateboard chega ao topo do mundo: Uma história do Nepal (assista no topo da página). São nove minutos de imagens que mostram a quase inexistente cena do skate local, ainda marginalizado e desconhecido por grande parte da população. Mas, ao mesmo tempo, a superação e a felicidade da galera em poder fazer o que ama.
Os skatistas de lá ainda não tem muita noção do que é o skate. Eu lembro que a gente se juntou na casa de um deles para assistir a uns vídeos de skate e eles colocaram aqueles vídeos antigos de quando você acabava Tony Hawk 1.
A carência do esporte reflete-se na total falta de estrutura para o skate. Não há nenhuma skateshop no país. Para ter acesso aos equipamentos, somente comprando em outros países ou através das doações enviadas por pessoas que assistiram ao documentário. Existe somente uma pista, simples, construída pelos próprios skatistas.
Essa realidade é algo que Mario quer mudar. Ele tem o projeto de construir a primeira pista pública do Nepal. Segundo ele, os custos para a compra de terreno e construção não seriam muito altos. Para a iniciativa sair do papel, ele busca parcerias com marcas que queiram abraçar a causa.
O skate consegue fazer o rico se envolver com o pobre, o skatista profissional andar junto na mesma pista com crianças que estão aprendendo. Então por que não é possível fazer brasileiros se conectarem aos nepaleses?
Após passar por Austrália e Colômbia, Mario está de volta ao Brasil. Chegou no início de maio. Segue mantendo contato com os amigos que fez em Nepal. Depois de mais de um ano longe de casa, ele planeja voltar a editar seus vídeos da trip, além de se envolver mais em projetos sociais ligados ao skate e planejar futuras viagens.
fonte: http://www.redbull.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário